Cavala

 

 

 

 

Sardas e cavalas pertencem à mesma família do bonito, atum, albacora, peixe-serra e são abundantes nos mares tropicais e temperados, não se aventurando em águas muito frias. Abundantes nas costas da Europa e Mediterrâneo, vivem desde a superfície até aos 120 metros de profundidade. Aparecem raramente no Inverno, altura em que vivem em águas mais profundas e afastadas das costas, de onde se aproximam de novo a partir do início da Primavera, chegando muito próximo das praias e pontões e perto da superfície.

 

Têm o corpo alongado e fusiforme com escamas excessivamente pequenas, cabeça cónica, ligeiramente comprimida nos lados e focinho ponteagudo, com boca grande - as barbatanas são pouco desenvolvidas - a 1ª dorsal em forma de foice com 10 a 13 espinhos delgados e a dorsal posterior (oposta à anal) é baixa e curta. A cor varia desde o dorso com tonalidades azuladas ou esverdeadas e o ventre prateado. Podem atingir até 1m 80cm de comprimento e cerca de 45 quilos de peso, consoante as espécies.

 

A maneira mais fácil de distinguir a sarda da cavala é olhar para a parte superior da cabeça: a cavala tem a parte superior da cabeça tão clara que se podem ver os nervos descobertos do cérebro aos olhos, como se fosse através de um vidro, o que não acontece com a sarda..  E uma curiosidade...as sardas, quando estão muito gordas, podem, em certas circunstâncias, serem luminosas - luzem na obscuridade, mesmo quando são tiradas da água e durante algum tempo.

 

As sardas eram muito conhecidas dos Romanos, que as pescavam em grandes quantidades e as comiam grelhadas, depois de envoltas em pergaminho. São peixes extremamente vorazes, alimentando-se de peixes, moluscos e crustáceos. Vivem geralmente em grandes cardumes que patrulham as águas em busca de alimento que é arduamente disputado quando encontrado - quando uma sarda é ferida nestas disputas normalmente acaba por ser devorada pelo cardume sem qualquer contemplação.

 

É uma espécie com algum valor comercial para a indústria de conservas, depois da sardinha, embora em Portugal os pescadores a considerem peixe de segunda categoria - o que não corresponde de modo algum à realidade, já que, para além de extremamente combativa quando ferrada, dando uma luta emocionante ao pescador, tem uma carne muito saborosa e rica em gorduras saudáveis (o colesterol bom).Pode pescar-se de todas as formas (bóia ou fundo) sendo o corrico a melhor maneira. Para isco preferem peixe fresco - filetes de carapau ou da própria sarda , sardinha, camarão, ameijoa ou canivete....ou outro isco, pois até com minhocas se apanham cavalas.